Gastar o dinheiro do 13O com compras de fim de ano pode não ser um bom negócio. O melhor é guardar para as dívidas do ano que vem.
A maioria das empresas tiveram até o dia 30 de novembro último para pagar a primeira parcela do 13O salário. Muitos consumidores estão afoitos para colocar a mão no dinheiro e sair comprando os presentes de natal. Então, é só chegar janeiro, para as dívidas comuns desta época apertarem o bolso. Gastos já previstos como material escolar, IPTU, IPVA e matrículas escolares devem ser lembrados. O Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (IPEAD/UFMG) calcula que nenhum tributo terá reajuste inferior a 10% em 2004. As mensalidades escolares devem aumentar até 15%.
E para quem já tem alguma dívida, a contenção deve ser redobrada. O 13o salário deve ser usado primeiro, para quitar as dívida, principalmente aquelas que embutem taxas de juro elevadas, como a do cheque especial e a do cartão de crédito. Por mais que se anuncie que os juros estão em queda, na verdade para os consumidores em geral continuam altíssimos. A média mensal dos juros cobrados no cheque especial está em torno de 8,34%, e do cartão, em torno de 12%.
Com os juros nessa altura, o saldo negativo no banco ou pagamento mínimo da fatura mensal do cartão de crédito geralmente levam o correntista ou o consumidor à inadimplência. Por isso, é preciso usar o 13o para eliminar essas dívidas. É fundamental que as compras de fim de ano sejam pagas à vista, sem nenhum tipo de financiamento, nem mesmo por cheques pré-datados, que fazem o consumidor perder a noção do endividamento.
Na verdade, muitas vezes ficamos iludidos que estamos "ricos" com o 13º salário. Mas essa falsa ilusão deve ser contida com planejamento e cautela. Pechinchar sempre, pesquisar sempre, mas, antes de tudo, planejar o orçamento familiar.