Através de uma pesquisa realizada em 2002 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que compara os números sobre a utilização das tecnologias no Brasil, foi possível constatar que, mesmo o brasileiro que ganha menos está adquirindo aparelho celular e microcomputador. Em Minas, o aumento de celulares foi de 33,32%, e de computadores foi de 21,8% de 2001 para 2002. Mas se por um lado, o consumidor de baixo poder aquisitivo tem maior acesso a esses produtos, as reclamações em relação a eletroeletrônicos passaram a liderar o ranking do primeiro semestre de 2003 no Procon Municipal.
O setor de eletroeletrônicos abrange produtos de alta tecnologia, entre eles, os aparelhos celulares e de informática, além de eletrodomésticos como aparelhos de som, TV, geladeira e fogão. Os principais problemas são defeitos na fabricação, propaganda enganosa, produtos de má qualidade e até falta de informação, que induz o consumidor a erro.
O que se percebe é que as empresas estão preocupadas unicamente em acompanhar as inovações tecnológicas para vender mais. E neste aspecto a publicidade é uma grande aliada dessas indústrias. As propagandas acabam por criar no consumidor uma necessidade que até então não existia. E o consumidor deixa-se levar pelos apelos e acaba se endividando para adquirir um produto. Não é raro vermos pessoas utilizando o celular para bater papo com um amigo, coisa que poderia ser feita pelo telefone fixo e até pessoalmente. Essas indústrias não investem da mesma forma quando o assunto é atender as reais necessidades do cliente. Prova disso é o número crescente de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. Somente no 1o semestre deste ano foram abertos, no Procon Municipal, 394 Processos Administrativos (PA) contra empresas que comercializam computadores e celulares. O número supera os cartões de crédito que lideraram o ranking do Procon por quatro anos.
É preciso chamar a atenção dos consumidores para que tomem mais cuidado na hora de adquirir esses produtos. Exigir Nota Fiscal com a descrição correta do bem, analisar com atenção um contrato antes de assiná-lo, testar aparelhos antes de comprá-los e verificar a procedência do produto são dicas que podem evitar futuros desgastes. O consumidor deve levar sempre em conta o orçamento familiar para saber se determinada compra cabe ou não em seu orçamento. E mais do que isso, é necessário avaliar qual a real necessidade de se adquirir um determinado produto. Comprar só porque está na moda, sem planejamento, pode levar o consumidor à inadimplência e ele pode até vir a ter o seu nome cadastrado na Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Quem tiver alguma dúvida ou reclamação deve procurar os órgãos de defesa do consumidor.